Data: 05/04/2024 a 08/04/2024
Local: Santa Maria Madalena RJ e Parque Estadual do Desengano RJ
Característica: região da serra fluminense, cidade inundada pela Mata Atlântica que abraça a cidadezinha simpática, histórica e bucólica . Lugar que respira natureza, com estrutura simples de bares, restaurantes e comércio, mas suficiente e com ótimo atendimento. A caminhada foi uma caminhada considerada grau 1, de difícil acesso e de forte esforço físico, em direção a Pedra Dubois. Também visitamos o Parque Estadual do Desengano, uma explosão de natureza, com montanhas, rios, cachoeiras, fazendas históricas e outros atrativos.
Fato: Santa Maria Madalena é uma pequena cidade do Rio de Janeiro, localizado nas montanhas fluminense, cidade famosa por ser da Dercy Gonçalves, e por ter um centrinho histórico muito bem cuidado e uma natureza exuberante. A cidade está se iniciando no turismo, apesar de possuir algumas tradições como o animado carnaval de blocos e desfiles, mas visitar esta cidade torna-se imperdível. O Parque Estadual do Desengano é a Unidade de Conservação mais antiga do Rio de Janeiro, e muito bem cuidado, com belíssimas cachoeiras e montanhas. A caminhada principal do grupo foi rumo a Pedra Dubois, que forma o belo cartão postal da cidade, junto a Igreja Matriz e a Mata Atlântica. Um espetáculo! Agradecemos ao pessoal da cidade que nos recebeu, o Hotel Girassol da Serra, na pessoa da Ana Paula e Equipe; o Guia Saulo e Cris e Equipe; a Ana da Deguste; a Viação Real; o motorista Mateus e especialmente a Ecotour Brasil que é a Agência da ONG Caminhadas e Trilhas, das nossas amigas Tetê, Nádia, Fábio, Thaís e Equipe. Mas todos na cidade esbanjam gratidão ao receber os visitantes. E principalmente, agradecemos a todos que acreditaram e tiveram a grata surpresa de participar de mais uma aventura. Foi incrível. Não acabamos ainda, vamos em frente. Próximo destino…
UMA BABEL DE ALEGRIA
Para os que já conhecem a historinha que envolve a criação do “samba do crioulo doido”, um negão acostumado a escrever enredos sobre temas de nossa história, a letra do samba de sua escola, e foi surpreendido com a escolha do enredo sobre a atual conjuntura.
Quando comecei a juntar as peças desse quebra cabeças envolvendo um desafio com sotaque francês, Madureira com Madalena, Polônia com o Chile, acompanhado por um céu de estrelas que remete ao do tempo do Cabral e que batizou de Desengano uma jóia da nossa quase extinta Mata Atlântica.
Interessante mesmo é saber o que levou João Madureira ao encontro de Maria Madalena, a primeira experiência deve ter sido das melhores, até porque de um encontro íntimo, a coisa não foi solucionada. Desta feita, ele resolveu vir acompanhado por uma espécie de ”Exército de Brancaleone“ talvez, quem sabe, para ter certeza de que tudo que assistiu era efetivamente real.
Para começar essa história, partimos de uma espécie de pão de açúcar que foi batizado em francês como Dubois, e se impõe como um desafio a ser conquistado logo que se entra na cidade, enquanto também serve de pano de fundo de Madalena. Esse desafio bretão realmente exige de seus conquistadores fôlego e joelhos em bom estado de conservação, o que pode ser considerado como uma tarefa árdua, para aqueles com mais anos de vida percorridos.
Muito difícil entender porque alguém nomeia de Desengano o ponto culminante da região, depois generalizado como nome desse primeiro parque estadual do Rio de Janeiro. Essa unidade de conservação que agrega belas formações rochosas de altitude, flora e fauna diversificada e o mais estrelado céu de astrônomos, que é muito mais graduado que céu de brigadeiro, e tem até período definido para receber visitantes de todos os cantos para encontros lácteos.
Não bastasse esse requinte ambiental, que já colocaria a cidade num patamar diferenciado entre suas congêneres, o madalenense ainda se deu ao luxo de eleger a irreverência de Derci Gonçalves como sua filha pródiga, a reverenciando com estátuas, museu e etc.
Nossa estada de quatro dias em Madalena foi brindada por ensolarados dias, temperaturas amenas à noite e uma gastronomia para lá de internacional, com pratos chilenos, propiciado por um chefe colombiano de nascença. Não bastasse a degustação, a experiência veio acompanhada de breve histórico da cidade e detalhada vivência desse casal que nos servia de sabores e fatos.
No dia seguinte, houve evolução, inclusive na indumentária de nossos anfitriões, ela uma legítima polonesa em processo de abrasileiramento, enquanto seu cônjuge um local, que vem aos trancos e barrancos, tentando se metamorfosear em polaco. Alem da variedade de pratos servidos, o grupo recebeu uma aula do histórico da antiga fazenda, agora transformada em pousada/restaurante, bem como da chegada dos imigrantes a Madalena. Já seu marido nos brindou com suas vivências polonesas, desse casal que foi formado na terrinha.
Cervejas e cachaças à parte, o melhor de toda essa aventura ficou mesmo por conta do convívio intenso, que focou em dois atores especialmente convidados para o ensejo, o casal Rodrigo e Thaís, que realmente enfrentaram uma prova de fogo, pois independente do assunto na mesa discutido, sempre alguém conseguia botar o casal na baila.
Começo a acreditar que depois dessa maratona de sentimentos aflorados, quem sabe até profissões poderão vir a ser no futuro modificadas, quem sabe Rodrigo possa se transformar num famoso escritor de auto-ajuda, ou talvez encarnar em definitivo a figura do Analista de Bagé.
Fiz uma enquete num grupo mais restrito, e todos concordaram em elevar o João a Conselheiro, função de seu exemplar planejamento em associação com a Nádia.
Aguardo ansiosamente o próximo capítulo dessa história sem fim, mas todos poderão diminuir as saudades na próxima sexta feira quando Rodrigo ingressará etariamente na terceira idade e nos proporcionará um novo encontro.
Alcides Carneiro