31.01.2007
A Caminhada Histórica e Cultural - Itapemirim a Marataizes ES
No
século desesseis, já nos primeiros tempos da colonização,
os portugueses tomaram conhecimento do que hoje é o sul do Espírito
Santo, com seu marcante rio chamado Itapemirim (pedra do caminho pequeno), que
inicialmente os portugueses batizaram de rio de Santa Catarina, em homenagem
a rainha de Portugal, esposa do rei D. João lll. Pouco tempo este nome
durou, prevalecendo o nome indígena. Ainda nos primeiros tempos ele chegou
a ser o limite sul da capitania do Espírito Santo com a vizinha capitania
de S. Tomé, mas logo depois o limite foi mantido no rio Itabapoana ou
Managé. Cedo já se formou uma pequena aldeia portuguesa no lugar
onde anteriormente houvera uma aldeia indígena, era a aldeia de Caxangá,
no lugar onde hoje está a Vila de Itapemirim. Um lugar privilegiado por
ser a beira de rio navegável, próximo do mar e protegido ao sul
por um morro que minorava os efeitos dos incômodos ventos frios do sul.
Somente no século XVIII é que a Vila teve um maior impulso habitacional
quando em l708 os indígenas Puris, habitantes da região do Castelo,
revoltaram e expulsaram os portugueses que mineravam ouro naquela região.
Este habitantes e mineradores da região do Castelo desceram o vale e
vieram para a região da foz do Itapemirim. Entretanto somente no século
XIX, com a atuação do excelente Governador do Espírito
Santo (1812-1819) Francisco Alberto Rubim, que resolveu promover o desenvolvimento
da região com decisões que mudaram radicalmente a situação
local, especialmente no que diz respeito a segurança para a abertura
de fazendas para a exploração da cana de açucar. Dentro
deste contexto grandes fazendas se estabeleceram e uma delas realçava
pela sua imponência, a de Santo Antônio, no encontro do rio Muqui
com o Itapemirim (coroa da onça) e que pertenceu ao Barão de Itapemirim.
Seu formato parecia o de um castelo medieval. Outras fazendas também
foram imponentes e quase todas elas possuíam barcos/navios para escoar
sua produção. Toda esta riqueza produziu belos casarões
na Vila de Itapemirim, como o da sede da Cãmara Municipal e outros já
desaparecidos, além da maravilhosa igreja de Nossa Senhora do Amparo.
A igreja primitiva era na altura da atual rua Jerônimo Monteiro que foi
substituída pela atual construída junto ao que era o cemitério
(hoje a Praça da Vila), em 1855. Para facilitar a ligação
da Vila de Itapemirim a então colônia de Rio Novo ( que foi um
sucesso nacional como forma de colonização no Brasil da época)
contruiu-se um canal artificial denominado Canal do Pinto do qual ainda hoje
há vestígios. A região foi visitada e sempre elogiada por
viajante e até pelo Imperador D Pedro II (l860) pelo pujança econômica
, pela fertilidade e beleza natural. A pomposa visita do imperador D Pedro II
é marcada de histórias interessante e ele Imperador chegou a desenhar
no seu caderno de anotações as pedra do Frade e Freira , assim
como o Itabira que ele deu o nome de Garrafinha. Mais curioso ainda é
que nesta oportunidade a Barra de Itapemirim reuniu dois imperadores. O imperador
do México Maximiano I veio até a Barra para se encontrar com D.
Pedro II que era seu primo. Imaginem, dois Imperadores se encontrando na barra
do rio Itapemirim. Foi também neste lugar que posteriormente foi construído
o trapiche e o porto para receber mercadorias e despacha-las para fora. Hoje
restam ruínas, que estão sendo restauradas e que mostram o alto
nível de requinte e riqueza que já aconteceu na região.
Vamos valorizar nosso passado, protegendo e pesquizando seus documentos escritos
e suas edificações e artes. Ninguém virá a uma região
para ver edificações modernosas e de péssimo gosto, o que
o turista admira é aquilo que o passado nos deixou.
(João Euripedes Franklin Leal Historiador)
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